sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Review 'The Surrogates - Os Substitutos'

Os Substitutos é sem enganos o que de facto dava a entender: mais um típico thriller de acção futurista, e realmente o filme perde-se em alguns momentos com clichés ao Blade Runner, Matrix, Minority Report e até ao fraco I, Robot. O realizador Jonathan Mostow mantêm o registo do seu filme anterior, T3: A Ascensão das Máquinas, até em certas cenas de acção presentes em Os Substitutos, o filme parece ser o mesmo. Logo é algo que apesar de já termos visto algumas vezes, é surpreendentemente um filme que não desilude se já formos mentalizados para o que vamos e se gostarmos do género.

Passado em 2017, mais de 90% do mundo é dependente de Surrogates, andróides que fazem o trabalho todo (e tudo mesmo) por nós, sem nos preocuparmos com danos físicos nem doenças. Os Surrogates são basicamente umas versões melhores e mais bonitas de cada um de nós. Imaginem um jogo virtual ao género de Sims, mas com pessoas verdadeiras a controlar as personagens pelo mundo real. Apesar disso, os humanos vivem isolados da sociedade, sem contacto com o mundo real porque interagem com o mundo a partir dos seus andróides que controlam remotamente a partir dos seus sofás ou camas. Neste pano de fundo o filme centra-se na investigação de dois agentes do FBI (Bruce Willis e Radha Mitchel), que investigam um aparecimento de uma arma nova que, com uma descarga electro-magnética, consegue matar simultaneamente o Surrogate e o humano que o controla. Quando o Surrogate de Bruce Willis é danificado, ele têm que levar a investigação pelas suas próprias mãos (ou corpo)...

A narrativa parece saída de uma das obras de Philip K.Dick, mas é baseado na mini-série de 5 volumes dos comics de Robert Venditti (a descobrir), o filme é praticamente uma indirecta aos dias de hoje, com dilemas morais, pessoais e familiares, tudo isto numa desconfortável visão do futuro. Mantido com um tom sério ao longo do filme inteiro, é essa narrativa séria juntamente com os dilemas verdadeiramente humanos que fazem Os Substitutos um filme agradável e pensativo, com um lado mais inclinado para os mortais e não para as máquinas.

Apesar da narrativa ser um bocado previsível, Mostow faz um excelente trabalho em manter o interesse e o filme vivo. E o tempo do filme também parece ajudar, apesar da sua curta duração, ficamos com a sensação que não se perde por entre narrativas desnecessárias e apresenta um filme directo e com um ritmo certo.

Apesar de estar muito longe das obras primas do género, o realizador comprova que apesar dos clichés sabe fazer um bom filme de acção e ficção-cientifica. Se pensarmos em Os Substitutos com um blockbuster, então provavelmente o publico sairá desiludido. porque vai esperar um filme que certamente não o é: Um novo I, Robot cheio de piadas à americana...



1 comentário:

Carlos Martins disse...

Ver se o vou espreitar este sábado. :)