segunda-feira, 9 de abril de 2007

'300' de Zack Snyder


O estilo único e o sucesso de Sin City resultou de imediato em outra adaptação de mais uma obra aclamada de Frank Miller. Passado no ano 480 AC, 300 conta em estilo fantasioso a história da Batalha das Termópilas, onde o Rei Leonidas de Sparta reúne os seus melhores 300 guerreiros para combater numa primeira fase e reter os invasores Persas aproveitando a vantagem da localização geográfica. Em inferioridade numérica os 300 Espartanos enfrentam os milhares dos vastos impérios persas liderado por Xerxes.

O filme, realizado por Zack Snyder (remake de Dawn of the Dead), não é mais do que um produto visual, que tenta integrar o melhor do entretenimento moderno aproveitando o rótulo de 'baseado numa obra de' com uso exagerado de slow motion tornando-se um bocado incómodo e por vezes até monótono. Quem está a espera de um filme com conteúdo ou até mesmo riqueza histórica não irá encontrá-lo aqui. Nunca foi prometido o novo grande épico, isso é certo. O que se assiste nos trailers e o que lêem nas sinopses é o que levam, nada mais. No entanto o hype até fez isto parecer um caso do melhor que o cinema moderno tem para oferecer mas é somente um filme de encher o olho, visualmente impressionante é verdade, mas muito visual que até se torna demasiado artificial. Fora isso, 300 é meramente um produto de pura testosterona, carregado de adrenalina e estilo. Um imenso espectáculo visual com grandes sequências de acção abarrotado de efeitos especiais por todos os cantos. Simples mas brutal entretenimento que ao tentar ser original e impressionar tanto com o seu visual, faz o terrível erro de parecer mais um jogo de vídeo do que um filme.


Muito se comenta sobre este (e outras) tipo de adaptações, mas o rótulo de 'fiel ao material original' não é desculpa nem parece funcionar aqui. Muitas outras adaptações sofrem alterações e são moldadas para filme para pelo menos funcionarem como tal, independentemente da visão de cada um. Sem querer tirar mérito à ideia das tiras de comics serem trazidas á vida para o grande écran, neste caso e ao contrário de Sin City, o filme não parece resultar tão bem como um todo.

Onde o filme ganha em acção e sangue, perde por completo em conteúdo - isto é em emoção, caracterização das personagens e drama no desenrolar da história. Não podemos ficar menos indiferente se um dos soldados morre para querer simplesmente assistir ao próximo golpe em slow-motion. Com personagens vazios sem drama ao contrário de épicos que tão bem conhecemos e elogiamos como Braveheart e Gladiador, e até mesmo a adaptação de Peter Jackson de O Senhor dos Anéis.

No entanto e resumidamente, se forem fãs da obra de Frank Miller e se gostaram de Sin City é mais que certo que irão, ao menos, gostar desta adaptação.

4 comentários:

Anónimo disse...

Concordo plenamente com a tua critica ao filme, de facto "o que se assiste nos trailers e o que lêem nas sinopses é o que levam, nada mais".
www.frequenciajovem.blogspot.com

Carlos M. Reis disse...

Como dizes, enche o olho, e não é pouco. E é isso mesmo que lhe é pedido, nada mais. Cumprimentos.

Insano disse...

Herege!

"300" é algo diferente de Braveheart ou Lord of The Rings, acho errado serem comparados.

Aliás, acho que se escreveu um noveo género de cinema, ou melhor, finalmente a BD chegou como BD ao cinema...

Abraço,

Anónimo disse...

Só calunias

Digam o que disserem deste filme para mim foi um dos melhores filmes que vi. saquei.o da net porque nao tava a espera de grande coisa mas agora que o vi mal posso esperar para que ele saia em dvd para eu o poder comprar.
Fiquem bem