domingo, 14 de janeiro de 2007

'Flags of Our Fathers' de Clint Eastwood


O duplo projecto de Clint Eastwood sobre a sangrenta batalha da ilha de Iwo Jima, que decorreu durante a segunda guerra mundial, vista por ambos lados - Flags of Our Fathers pelo lado dos americanos e Letters from Iwo Jima pelo lado dos japoneses. Este último filme esperado com mais expectativa devido à sua recepção pela crítica, considerado por muitos como o melhor filme do ano de 2006 e um dos potenciais nomeados à corridas dos Oscares. Letters from Iwo Jima tem estreia prevista por cá em Fevereiro, dia 22.

Aqui, em Flags of Our Fathers, é retratada a história dos 6 soldados que levantaram a bandeira americana no topo de um monte da ilha de Iwo Jima, numa falsa manobra de esperança como símbolo de vitória pelo governo americano, num misto de publicidade e propaganda, de uma farsa como tão bem foi referido por Ira Hayes um dos soldados retratados no filme.

O filme, produzido por Steven Spielberg e argumentado por dois nomes de peso, William Broyles e Paul Haggis, é baseado na obra original de James Bradley e Ron Powers. James Bradley, que também é retratado no filme na altura da investigação para a obra, é precisamente o filho de John Bradley (Doc), um dos soldados que ajudaram a estear a bandeira.


Sendo produzido por Spielberg, não é estranho de se notar uma certa similaridade nas cenas de batalha que fazem lembrar o Saving Private Ryan e a mini-série Band of Brothers, no entanto é mais importante referir que estamos perante a uma das melhores fotografias de guerra alguma vez vistas em filme, com uns soberbos efeitos especiais e tudo isto debaixo de uma realização magnífica de Clint Eastwood como ele tão bem nos têm habituado ultimamente.

Numa estrutura não linear, este filme é um misto de três partes sendo a mais importante a batalha de Iwo Jima na tomada da ilha japonesa pelos americanos. Nas restantes, retratam a fama dos três 'heróis' sobreviventes na maior parte do filme e uma terceira parte mais curta retrata o autor da obra original e filho de John Bradley (Doc), James, nas suas investigações e entrevistas.

O filme, visualmente, é de facto arrebatador, é uma visão única de um retrato honesto, sentimental e ao mesmo tempo provocativo e crítico da guerra. Um heroísmo diferente, onde os verdadeiros heróis são os que morrem ao lado dos outros e não os que são vendidos à nação.

Após de aplaudir o filme 'vitorioso' de Clint Eastwood, é só esperar impacientemente pelo filme da 'derrota', o retrato do lado dos japoneses.

Flags of Our Fathers (As Bandeiras dos Nossos Pais): 9/10

3 comentários:

C. disse...

Deixou-me um certo travo de desilusão. O lado japonês sempre me pareceu mais interessante, espero que também seja um filme superior!

Carlos M. Reis disse...

Não tem sido lá muito bem recebido pela plebe (blogues), mas levado grandes notas nos jornais, ao contrário de Babel, por exemplo. Está marcado para Quarta ou Quinta Feira. Este e Apocalypto.

Cumprimentos!

Insano disse...

Black Hawk Down em termos de fotografia, deixa este a milhas... aliás o dessaturado estraga a fotografia em determinadas alturas...

Full Review:

http://gritosinsanos.blogspot.com/2007/01/flag-of-our-fathers-2006-clint-eastwood.html

Abraço,