A Última Casa à Esquerda - Review
Remake do controverso clássico de terror The Last House on the Left, filme de culto realizado e escrito por Wes Craven em 1972 e produzido por Sean S. Cunningham (do original Sexta-Feira 13). O filme original foi a estreia de Craven como realizador e foi censurado e até banido durante anos em vários países devido à sua violência explicita, principalmente no Reino Unido, onde só em 2008 foi classificado pela BBFC como 'uncut' para a sua edição em DVD. Mas polémicas à parte.
Sobre o novo filme, que estreia esta semana nas nossas salas, é mais um a juntar à lista de remakes recentes mas também ao sub-género de terror designado de 'survival-horror' (designação mais utilizada nos jogos de vídeo) onde retratam o terror real, fora dos temas sobrenaturais ou fantásticos.
Realizado por Dennis Iliadis, esta é a primeira produção dos estúdios Midnight Pictures, uma derivante da Rogue Pictures formado pelo próprio Wes Craven, que também serve como produtor para este remake do seu próprio filme.
Mary e Paige (Sara Paxton e Martha MacIsaac respectivamente), são duas jovens que são acidentalmente raptadas e aterrorizadas por um grupo de fugitivos na mesma noite em que Mary chega com os pais à sua casa do lago. Ao procurar refúgio, os fugitivos vão bater à porta da casa dos pais de Mary (interpretados por Monica Potter e Tony Goldwyn), a última casa à esquerda...
A base da narrativa, que foi adaptada aos dias de hoje, é ligeiramente diferente do original mas contêm na mesma cenas chocantes que podem sensibilizar algumas pessoas, e tal como o original inclui a cena da violação. Assim sendo o filme foi classificado, e bem, como Maiores de 18 anos.
Apesar do filme ter cenas tensas, bem conseguidas e encenadas com convicção, existem outras que são muito pouco credíveis, onde não consegue realçar o realismo e as reacções das pessoas nessas determinadas situações, não conseguindo agarrar o espectador no seu todo. Sente-se a falta no seu decorrer de uma atmosfera intensa, como foi tão bem filmada num outro e recente filme do género, falo de Eden Lake - O Lago Perfeito do britânico James Watkins.
Como se não bastasse, em 'A Última Casa à Esquerda', onde se sente mais a falta desse realismo é na jovem actriz principal, protagonizada por Sara Paxton (Superhero Movie, Sydney White), que em vez de ser a personagem condutora do filme é uma personagem praticamente sem sentimento em situações extremas. Em contraste a isto tudo, sente-se o sistemático esforço do realizador em manter o filme desconfortável, na boa escolha do trio psicopata (Garret Dillahunt, Joshua Cox e Riki Lindhome) mas principalmente no jovem Justin, Spencer Treat Clark (o miúdo de Gladiator, Unbreakable e Mystic River), que consegue transmitir e bem a dualidade entre o bem e o mal, o sentimento de culpa e a simpatia pela vitima na melhor interpretação do filme.
Para finalizar, não é um filme fácil de se ver mas também não é nenhum Martyrs. Parecia ter tudo para não se tornar noutro 'mau remake', o que infelizmente não aconteceu. É portanto uma tentativa de fazer um filme actual de terror exploitation, começando bem mas acabando num vulgar filme de vingança por vezes irrelevante. Se não fosse rotulado como o remake do filme de culto de Wes Craven, seria outro filme do género que de certo passaria despercebido.
Sobre o novo filme, que estreia esta semana nas nossas salas, é mais um a juntar à lista de remakes recentes mas também ao sub-género de terror designado de 'survival-horror' (designação mais utilizada nos jogos de vídeo) onde retratam o terror real, fora dos temas sobrenaturais ou fantásticos.
Realizado por Dennis Iliadis, esta é a primeira produção dos estúdios Midnight Pictures, uma derivante da Rogue Pictures formado pelo próprio Wes Craven, que também serve como produtor para este remake do seu próprio filme.
Mary e Paige (Sara Paxton e Martha MacIsaac respectivamente), são duas jovens que são acidentalmente raptadas e aterrorizadas por um grupo de fugitivos na mesma noite em que Mary chega com os pais à sua casa do lago. Ao procurar refúgio, os fugitivos vão bater à porta da casa dos pais de Mary (interpretados por Monica Potter e Tony Goldwyn), a última casa à esquerda...
A base da narrativa, que foi adaptada aos dias de hoje, é ligeiramente diferente do original mas contêm na mesma cenas chocantes que podem sensibilizar algumas pessoas, e tal como o original inclui a cena da violação. Assim sendo o filme foi classificado, e bem, como Maiores de 18 anos.
Apesar do filme ter cenas tensas, bem conseguidas e encenadas com convicção, existem outras que são muito pouco credíveis, onde não consegue realçar o realismo e as reacções das pessoas nessas determinadas situações, não conseguindo agarrar o espectador no seu todo. Sente-se a falta no seu decorrer de uma atmosfera intensa, como foi tão bem filmada num outro e recente filme do género, falo de Eden Lake - O Lago Perfeito do britânico James Watkins.
Como se não bastasse, em 'A Última Casa à Esquerda', onde se sente mais a falta desse realismo é na jovem actriz principal, protagonizada por Sara Paxton (Superhero Movie, Sydney White), que em vez de ser a personagem condutora do filme é uma personagem praticamente sem sentimento em situações extremas. Em contraste a isto tudo, sente-se o sistemático esforço do realizador em manter o filme desconfortável, na boa escolha do trio psicopata (Garret Dillahunt, Joshua Cox e Riki Lindhome) mas principalmente no jovem Justin, Spencer Treat Clark (o miúdo de Gladiator, Unbreakable e Mystic River), que consegue transmitir e bem a dualidade entre o bem e o mal, o sentimento de culpa e a simpatia pela vitima na melhor interpretação do filme.
Para finalizar, não é um filme fácil de se ver mas também não é nenhum Martyrs. Parecia ter tudo para não se tornar noutro 'mau remake', o que infelizmente não aconteceu. É portanto uma tentativa de fazer um filme actual de terror exploitation, começando bem mas acabando num vulgar filme de vingança por vezes irrelevante. Se não fosse rotulado como o remake do filme de culto de Wes Craven, seria outro filme do género que de certo passaria despercebido.
Sem comentários:
Enviar um comentário