Review: Harry Potter e o Príncipe Misterioso
A saga milionária de Harry Potter no cinema chega agora ao seu sexto filme, Harry Potter e o Príncipe Misterioso. Para muitos, fãs e não só, é sem dúvida uma das mais consistentes, divertidas e fantásticas sagas da história do cinema do género de fantasia. Daqui a largos anos, quando apontarem sagas que ficaram na história do cinema como um marco da primeira década do novo século, Harry Potter será uma delas, quer-se goste ou não.
David Yates regressa à realização e sem surpresas. Depois de Chris Columbus, Alfonso Cuaron e Mike Newell, é inegável que Yates triunfou com o capítulo anterior, A Ordem de Fénix, e injectou novo sangue à saga, não só no divertimento mas na caracterização e maturidade dos filmes. Não espanta também que o realizador já esteja comprometido para o último capitulo da saga que irá ser dividido em dois filmes, a estrear na época de natal em 2010 e no verão de 2011. E é curioso de referir que o nome de David Yates (realizador da mini-série State of Play da BBC, adaptado à pouco tempo em filme) era apenas a 3º opção do lote de realizadores pretendidos pela Warner, e devido às desistências (de Mike Newell de O Cálice de Fogo incluído) foi então escolhido para continuar – e neste caso finalizar – a saga no grande ecrã, e pelo o que já se viu, com bastante confiança.
O filme, que estreou agora em todo o mundo depois do estúdio decidir adiar a estreia em 6 meses, teve enorme sucesso comercial nas bilheteiras mundiais e já amealhou até ao momento (em 19 de Julho) 396 milhões em todo o mundo. Foi também bem recebido pela crítica mas (como sempre) dividido pelos fãs.
Sem querer entrar em muitos detalhes, é inevitável não comparar o novo filme ao livro, ou aos restantes filmes da saga. Este sexto capítulo não foge ao espírito dos três anteriores, mas curiosamente é um filme diferente, principalmente da Ordem de Fénix, tanto em nível visual como em narrativa. A atmosfera mais dark e adulta que a saga nos habitou desde Azkaban continua presente, principalmente agora que Hogwarts é um sitio mais 'parado' e sem magia (sem quadros, nem fantasmas), mais em estado alerta e sempre vigiado, arrisco a dizer talvez a antecipar os eventos que irão ocorrer. Se é o capítulo mais negro da saga? Sem dúvida, podemos considerar este filme como o 'Revenge of the Sith' da saga Harry Potter. Se é um dos melhores filmes da saga como muitos aclamaram? Não, nem tão pouco é melhor que o seu antecessor, mas sem querer entrar por extremos: é sem dúvida um dos grandes e importantes pontos da saga.
Como sempre, a adaptação tem os seus contornos em comparação ao livro, ficando bastante de fora – seja isso bom ou mau – mas este novo filme parece-se por vezes centrar-se em demasia nas personagens principais, que já tão bem conhecemos desde o primeiro capítulo, e nas suas relações amorosas muito ao estilo das comédias românticas adolescentes. Isto em vez de se concentrarem mais no que realmente interessa: em mais Dumbledore, em mais flashbacks do passado de Tom Riddle (Voldemort), e na obsessão de Harry Potter pelo Príncipe Meio-Sangue, no qual a sua revelação no final deixa de ter tanto impacto como merecia. Aliás não é isso que dá o nome à obra?
O trio das personagens principais cresceram, estão mais rebeldes e mais confusas em termos de sentimento de romance. Essa confusão parece ter vindo juntamente na transposição para o grande ecrã no que retrata a Ron sempre mais para o lado cómico, ao contrário da relação entre Harry e Ginny que já é de um outro nível, muito palpável e convicta. Mas o maior destaque nos jovens actores terá que ir para Tom Felton como Draco Malfoy, um dos melhores no seu papel, um vilão forte e carismático. E para isso basta ver o início na carruagem do comboio para não se ter dúvidas que irá ser um dos pontos altos do filme. Sobre as caras novas o destaque vai obviamente para Jim Broadbent no papel do Professor Slughorn.
Sobre alguns dos mais cruciais momentos que foram cortados do livro, é no entanto importante de referir que David Yates confessou que os eventos do último capítulo, As Relíquias da Morte (já em filmagens), influenciaram as mudanças do argumento deste filme, para evitar repetições ou simplesmente por não se enquadrarem de momento com o espírito do capitulo. É de esperar que pelo menos uma ou outra das cenas cortadas do final sejam talvez inseridas no próximo filme.
No geral O Príncipe Misterioso é um excelente e forte capítulo, com um visual maravilhoso, que não desilude nem mancha a saga. Entretém, é satisfatório, divertido, romântico, assustador e emocionante num misto de adrenalina e hormonas. E que, mesmo apesar da sua duração de aproximadamente de 2h30m, deixa-nos a desejar por mais. Mas que fica um bocado atrás dos pontos mais altos da saga até ao momento, O Prisioneiro de Azkaban e de A Ordem de Fénix.
David Yates regressa à realização e sem surpresas. Depois de Chris Columbus, Alfonso Cuaron e Mike Newell, é inegável que Yates triunfou com o capítulo anterior, A Ordem de Fénix, e injectou novo sangue à saga, não só no divertimento mas na caracterização e maturidade dos filmes. Não espanta também que o realizador já esteja comprometido para o último capitulo da saga que irá ser dividido em dois filmes, a estrear na época de natal em 2010 e no verão de 2011. E é curioso de referir que o nome de David Yates (realizador da mini-série State of Play da BBC, adaptado à pouco tempo em filme) era apenas a 3º opção do lote de realizadores pretendidos pela Warner, e devido às desistências (de Mike Newell de O Cálice de Fogo incluído) foi então escolhido para continuar – e neste caso finalizar – a saga no grande ecrã, e pelo o que já se viu, com bastante confiança.
O filme, que estreou agora em todo o mundo depois do estúdio decidir adiar a estreia em 6 meses, teve enorme sucesso comercial nas bilheteiras mundiais e já amealhou até ao momento (em 19 de Julho) 396 milhões em todo o mundo. Foi também bem recebido pela crítica mas (como sempre) dividido pelos fãs.
Sem querer entrar em muitos detalhes, é inevitável não comparar o novo filme ao livro, ou aos restantes filmes da saga. Este sexto capítulo não foge ao espírito dos três anteriores, mas curiosamente é um filme diferente, principalmente da Ordem de Fénix, tanto em nível visual como em narrativa. A atmosfera mais dark e adulta que a saga nos habitou desde Azkaban continua presente, principalmente agora que Hogwarts é um sitio mais 'parado' e sem magia (sem quadros, nem fantasmas), mais em estado alerta e sempre vigiado, arrisco a dizer talvez a antecipar os eventos que irão ocorrer. Se é o capítulo mais negro da saga? Sem dúvida, podemos considerar este filme como o 'Revenge of the Sith' da saga Harry Potter. Se é um dos melhores filmes da saga como muitos aclamaram? Não, nem tão pouco é melhor que o seu antecessor, mas sem querer entrar por extremos: é sem dúvida um dos grandes e importantes pontos da saga.
Como sempre, a adaptação tem os seus contornos em comparação ao livro, ficando bastante de fora – seja isso bom ou mau – mas este novo filme parece-se por vezes centrar-se em demasia nas personagens principais, que já tão bem conhecemos desde o primeiro capítulo, e nas suas relações amorosas muito ao estilo das comédias românticas adolescentes. Isto em vez de se concentrarem mais no que realmente interessa: em mais Dumbledore, em mais flashbacks do passado de Tom Riddle (Voldemort), e na obsessão de Harry Potter pelo Príncipe Meio-Sangue, no qual a sua revelação no final deixa de ter tanto impacto como merecia. Aliás não é isso que dá o nome à obra?
O trio das personagens principais cresceram, estão mais rebeldes e mais confusas em termos de sentimento de romance. Essa confusão parece ter vindo juntamente na transposição para o grande ecrã no que retrata a Ron sempre mais para o lado cómico, ao contrário da relação entre Harry e Ginny que já é de um outro nível, muito palpável e convicta. Mas o maior destaque nos jovens actores terá que ir para Tom Felton como Draco Malfoy, um dos melhores no seu papel, um vilão forte e carismático. E para isso basta ver o início na carruagem do comboio para não se ter dúvidas que irá ser um dos pontos altos do filme. Sobre as caras novas o destaque vai obviamente para Jim Broadbent no papel do Professor Slughorn.
Sobre alguns dos mais cruciais momentos que foram cortados do livro, é no entanto importante de referir que David Yates confessou que os eventos do último capítulo, As Relíquias da Morte (já em filmagens), influenciaram as mudanças do argumento deste filme, para evitar repetições ou simplesmente por não se enquadrarem de momento com o espírito do capitulo. É de esperar que pelo menos uma ou outra das cenas cortadas do final sejam talvez inseridas no próximo filme.
No geral O Príncipe Misterioso é um excelente e forte capítulo, com um visual maravilhoso, que não desilude nem mancha a saga. Entretém, é satisfatório, divertido, romântico, assustador e emocionante num misto de adrenalina e hormonas. E que, mesmo apesar da sua duração de aproximadamente de 2h30m, deixa-nos a desejar por mais. Mas que fica um bocado atrás dos pontos mais altos da saga até ao momento, O Prisioneiro de Azkaban e de A Ordem de Fénix.
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