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Depois da ante-estreia na edição deste ano do Fantasporto, eis que chega a estreia tardia de
Silent Hill nas salas nacionais, em português '
A Maldição do Vale'. A adaptação da famosa série de jogos de terror da
Konami pelas mãos de
Christophe Gans (
O Pacto dos Lobos) na realização e de um argumento de
Roger Avary (
The Rules of Attraction).
As adaptações de jogos de vídeo nunca foram muito bem recebidas, para isso basta ver os exemplos mais recentes para perceber de imediato o porquê. Do vasto leque de títulos adaptados são raros os casos que conseguem apresentar pelo menos um mínimo de qualidade.
Silent Hill no entanto não têm de se preocupar com isso, porque em termos de adaptação o filme têm o
'feeling' do jogo preservado e como se não bastasse o filme funciona bem sem esse rótulo.
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Apesar da troca da personagem principal (de Harry para Rose, interpretada por
Radha Mitchell de
Melinda e Melinda) o filme não deixa de ser uma grande adaptação para os fãs da série e não só. É que o mais importante é que
Silent Hill é um excelente filme de terror fantástico com momentos verdadeiramente extremos, com um misto de fantasia e mistério, tenso e sombrio. Com um argumento inteligente e que foge completamente ao padrão actual dos filmes actuais deste género. Parece que actualmente a maioria dos filmes de terror, se pudermos considerarmos assim, têm a tendência de serem mais disparatados do que assustadores, esquecendo-se por completo da convicção e da atmosfera, onde neste caso a atmosfera é simplesmente fantástica.
Em termos técnicos também têm que se diga, uma cinematografia sensacional com planos eficazes e ângulos de filmagem fabulosos. Para não falar do misto dos efeitos especiais 'à moda antiga' com o moderno CGI.
Outro ponto que gostaria de salientar e que também me surpreendeu foi na sua duração. Umas ofegantes 2 horas que, apesar do início rápido, o resto do filme flui com uma lentidão crescente divinal até ao final que é simplesmente evangélico. A partir de um determinado ponto, até parece que o filme chega a um beco sem saída, mas ainda aí temos mais com que nos surpreender, com um excelente
twist e uma resolução bem pensada.
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Não é de surpreender que
Silent Hill tivesse ficado em terceiro lugar nos filmes de horror mais rentáveis em termos de bilheteira do ano de 2006, juntamente com
Saw III (em 2º) e
An American Hunting (em 1º). E se já o próprio
Christophe Gans referiu acerca da já confirmada sequela, que não vai querer um filme à
'hollywood' e que terá ainda mais liberdade e oportunidade de corrigir os erros do primeiro, então ficarei à espera impacientemente pelo resultado.
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